O príncipe Harry, duque de Sussex, expressou profunda tristeza após perder uma batalha judicial contra o governo britânico, em uma entrevista à BBC na sexta-feira, 2 de maio de 2025. A disputa, centrada no nível de proteção policial oferecido a ele e sua família no Reino Unido, intensificou as tensões com a família real, especialmente com seu pai, o rei Charles III. Harry, que deixou suas funções reais em 2020, revelou que deseja se reconciliar com sua família, mas sente que a decisão judicial compromete a segurança de sua esposa, Meghan Markle, e de seus filhos, dificultando um retorno ao país.
A ação judicial contestava a decisão do comitê Proteção da Realeza e Figuras Públicas (Ravec), presidido por Sir Richard Mottram na época, que reduziu a proteção automática de Harry no Reino Unido após sua mudança para os Estados Unidos. O Tribunal de Apelação, em decisão anunciada na sexta-feira, rejeitou o recurso do príncipe, considerando que os argumentos apresentados, embora “fortes” em relação às ameaças enfrentadas, não tinham base legal suficiente. O juiz Geoffrey Vos afirmou: “Ficou claro que o Duque de Sussex se sentiu maltratado pelo sistema, mas concluo, tendo estudado os detalhes da extensa documentação, que não posso dizer que seu sentimento de queixa se traduziu em um argumento legal para contestar a decisão.”
Harry, em sua entrevista à BBC na Califórnia, descreveu o impacto pessoal da derrota: “Não consigo imaginar um mundo em que eu traria minha esposa e filhos de volta para o Reino Unido neste momento.” Ele destacou que a questão da segurança é o principal obstáculo para visitas ao Reino Unido, afirmando que seu pai “não fala comigo por conta dessa questão de segurança”. A última vez que Harry visitou Charles III foi em fevereiro de 2024, após o diagnóstico de câncer do rei, mas a questão judicial ampliou o distanciamento. “Não sei mais quanto tempo meu pai tem de vida. Ele não fala comigo por conta dessa questão de segurança, mas seria bom reconciliar”, acrescentou o príncipe.
A decisão judicial também gerou reações no Palácio de Buckingham. Um porta-voz do palácio declarou que a derrota de Harry “revelou seus piores medos” sobre o tratamento recebido, mas o juiz defendeu a lógica do Ravec, afirmando: “Era impossível dizer que esse raciocínio era ilógico ou inapropriado. De fato, parecia sensato.” O Ministério do Interior britânico, por sua vez, expressou satisfação com a decisão, classificando seu sistema de segurança como “rigoroso” e “proporcional”. A perda da proteção policial financiada pelo Estado, antes garantida a membros ativos da realeza, reflete a mudança de status de Harry após sua saída da monarquia.
Além das questões de segurança, Harry abordou o desejo de superar conflitos familiares. “Houve tantos desentendimentos entre mim e alguns membros da minha família”, disse, afirmando que agora os “perdoou” e que “adoraria me reconciliar com a minha família”. Ele também mencionou arrependimentos relacionados ao seu livro de memórias, “Spare”, no qual expôs tensões com o príncipe William e outros membros da realeza, admitindo que “alguns membros da minha família nunca vão me perdoar por ter escrito um livro.” A busca por reconciliação, no entanto, enfrenta obstáculos, com Harry observando que “se a Família Real não quer reconciliação, depende deles.”
O caso reflete uma série de disputas judiciais de Harry, incluindo ações contra tabloides britânicos por invasão de privacidade, como a vitória contra o Mirror Group Newspapers em 2023, que lhe rendeu 140.600 libras em indenizações. Contudo, a batalha pela segurança permanece um ponto central de tensão. A derrota judicial, conforme analisado por fontes próximas, também preocupa Meghan Markle, que teme que uma reaproximação de Harry com a família real possa afetar a dinâmica do casal. Enquanto Harry busca equilibrar sua vida nos EUA com o desejo de reconectar-se com suas raízes, o futuro de sua relação com a monarquia segue incerto, marcado por desafios legais e pessoais.
Comente!