Em um pronunciamento marcante realizado na sexta-feira, 16 de maio de 2025, o Papa Leão XIV, recém-eleito líder da Igreja Católica, destacou a visão tradicional da instituição sobre a família e a dignidade humana. Durante um encontro com diplomatas de diversas nações no Vaticano, o pontífice norte-americano, de origem peruana, afirmou que a família é fundamentada na “união estável entre um homem e uma mulher”. Essa declaração reforça a doutrina católica sobre o casamento, alinhando-se com a ala conservadora da Igreja.
Além de abordar a questão familiar, Leão XIV defendeu a dignidade inerente dos não nascidos, posicionando-se claramente contra o aborto. “É responsabilidade dos governantes trabalhar para construir sociedades civis harmoniosas e pacíficas. Isso pode ser alcançado, acima de tudo, investindo na família, fundada na união estável entre um homem e uma mulher”, declarou o Papa, enfatizando a família como pilar para a harmonia social. Ele também destacou que “os não nascidos têm direito à dignidade como criaturas de Deus”, reiterando o compromisso da Igreja com a defesa da vida desde a concepção.
O discurso, proferido na Sala Clementina, também abordou a situação dos imigrantes, um tema sensível para o pontífice, que se descreveu como “descendente de imigrantes”. Ele pediu compaixão e solidariedade para com os deslocados, destacando que a dignidade humana deve ser respeitada independentemente da condição social ou nacionalidade. “Ninguém pode deixar de favorecer contextos em que a dignidade de cada pessoa é protegida, especialmente a das mais frágeis e indefesas, do nascituro ao idoso, do doente ao desempregado, seja ele cidadão ou imigrante”, complementou.
Leão XIV, cujo nome de batismo é Robert Francis Prevost, também condenou a produção de armas e defendeu esforços globais pela paz. Ele criticou o que chamou de “impulso destrutivo de conquista”, mencionando conflitos no Oriente Médio e na Ucrânia como exemplos de sofrimento humano. O Papa expressou a disposição do Vaticano em mediar negociações de paz, afirmando que “a Santa Sé está sempre pronta para ajudar a reunir os inimigos, cara a cara, para que conversem entre si, para que os povos em todos os lugares possam mais uma vez encontrar esperança e recuperar a dignidade que merecem, a dignidade da paz”.
O pronunciamento ocorre em um momento de tensão política global, especialmente nos Estados Unidos, onde o governo de Donald Trump intensificou políticas anti-imigração. Como o primeiro Papa norte-americano, Leão XIV, que já criticou tais políticas no passado, parece posicionar-se como uma voz de equilíbrio, mantendo a tradição doutrinária da Igreja enquanto defende causas humanitárias. Sua trajetória no Peru, onde atuou como missionário, e sua formação em uma universidade agostiniana nos EUA reforçam sua visão de uma Igreja missionária e engajada socialmente.
Por fim, o discurso de Leão XIV sinaliza uma continuidade com o legado de seu antecessor, Papa Francisco, mas com um tom mais alinhado aos valores conservadores em questões de moral e família. A escolha do nome Leão XIV, em homenagem a Leão XIII, conhecido por sua doutrina social, sugere um pontificado que buscará unir tradição e compromisso com a justiça social. A missa inaugural de seu pontificado, marcada para o domingo, 18 de maio de 2025, será um momento aguardado para novos pronunciamentos do líder católico.
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