Geral

Julgamento de P. Diddy: primeiro dia de um caso que abala o mundo do entretenimento

Nesta segunda-feira, 5 de maio de 2025, começou em Nova York o aguardado julgamento de Sean “Diddy” Combs, conhecido como P. Diddy, acusado de crimes graves como tráfico sexual, extorsão e conspiração. O Tribunal Federal de Manhattan foi palco da chegada dos advogados do rapper, que enfrenta um processo que pode resultar em prisão perpétua. A seleção do júri, iniciada no mesmo dia, marca o começo de um caso que atrai atenção global devido à fama de Diddy e às sérias alegações contra ele.

Preso desde 16 de setembro de 2024, Diddy nega todas as acusações e se declarou inocente. A promotoria alega que ele liderou uma rede criminosa por meio de seu império empresarial, orquestrando eventos chamados “freak offs”, encontros sexuais envolvendo drogas e coerção. “Sean ‘Diddy’ Combs é acusado de tráfico sexual, extorsão, conspiração e transporte para se envolver em prostituição,” detalha a acusação de 14 páginas apresentada em setembro de 2024. A defesa, liderada por Marc Agnifilo e Teny Geragos, insiste que as relações eram consensuais e que as acusações carecem de fundamento.

O julgamento, previsto para durar de oito a dez semanas, será conduzido pelo juiz Arun Subramanian. A promotora Emily Johnson estima que o caso da acusação levará três semanas, enquanto Agnifilo acredita que a defesa concluirá em uma semana. “Estas não são novas alegações ou novos acusadores. Estas são as mesmas pessoas, ex-namoradas de longa data, que estavam envolvidas em relacionamentos consensuais,” afirmaram os representantes de Diddy em abril de 2025, em resposta a novas acusações. A seleção do júri, crucial para garantir imparcialidade, ocorre em meio a intensa cobertura midiática, com questionários para avaliar o conhecimento prévio dos jurados sobre o caso.

As acusações contra Diddy incluem mais de 120 vítimas, 25 delas menores na época dos supostos crimes, segundo o advogado Tony Buzbee, que representa os denunciantes. Um vídeo de 2016, vazado em 2024, mostrando Diddy agredindo sua ex-namorada Cassie Ventura, tornou-se peça central do caso. “O vídeo vazou para a CNN por um único motivo: ferir mortalmente a reputação e a perspectiva de Sean Combs se defender com sucesso contra essas alegações,” declararam Agnifilo e Geragos, acusando o governo de má conduta. Cassie, uma das principais testemunhas, deve depor usando seu nome verdadeiro.

A defesa enfrenta desafios adicionais, como a saída de um dos advogados, Anthony Ricco, em fevereiro de 2025. “Embora eu tenha fornecido a Sean Combs o alto nível de representação legal esperado pelo tribunal, sob nenhuma circunstância posso continuar a servir efetivamente como advogado de Sean Combs,” escreveu Ricco, sem detalhar os motivos. A equipe jurídica também tentou, sem sucesso, excluir acusações de agressão sexual de processos civis, argumentando que “o tribunal deve exigir que o governo prove o caso que acusou, sem permitir que polua o julgamento com décadas de sujeira.”

O caso tem impacto além do tribunal, abalando a indústria do entretenimento. Diddy, que já foi um dos nomes mais influentes do hip-hop, enfrenta um escrutínio que pode redefinir sua legacy. “Trata-se da figura mais poderosa na indústria da música e uma das pessoas mais poderosas nos Estados Unidos. Então, este é um caso de enorme proporção,” disse a advogada Lisa Bloom, que representa uma das vítimas. Enquanto o julgamento avança, o mundo observa se a justiça prevalecerá em um dos maiores escândalos da música.

Assuntos