Esporte

Gestão Casares vê passivo do São Paulo FC bater recorde histórico

Balanço expõe fragilidade financeira do tricolor.

O São Paulo Futebol Clube viu sua situação financeira se agravar significativamente durante os quatro anos da gestão de Julio Casares, iniciada em 2021. De acordo com o balanço de 2024, que será publicado ainda neste mês, a dívida líquida do clube saltou mais de R$ 400 milhões, alcançando o recorde histórico de R$ 968,2 milhões. Esse aumento expressivo ocorre mesmo com uma receita anual inédita de R$ 731 milhões, impulsionada por vendas de jogadores, patrocínios e premiações, como a conquista da Supercopa do Brasil. No entanto, o déficit de R$ 289 milhões registrado apenas no último ano expõe os desafios enfrentados pela diretoria.

A escalada do endividamento já desconta R$ 117,3 milhões abatidos por meio de um Fundo de Investimentos em Direitos Creditórios (FIDC), mas os números seguem preocupantes. Em 2024, o desempenho esportivo não ajudou a aliviar a pressão financeira: o time foi eliminado nas quartas de final da Libertadores e da Copa do Brasil e terminou o Brasileirão em sexto lugar. Casares, que assumiu o clube com a promessa de sanear as finanças e promover uma reestruturação, agora lida com críticas crescentes. A combinação de resultados modestos em campo e dívidas crescentes levanta dúvidas sobre a eficácia das estratégias adotadas.

Entre os compromissos financeiros que pesam nas contas está a dívida com o ex-jogador Daniel Alves, cuja rescisão em 2022 foi negociada por R$ 25 milhões, divididos em 60 parcelas mensais de R$ 400 mil. O acordo, resultado de atrasos salariais durante sua passagem pelo clube, é apenas um exemplo dos passivos que o São Paulo precisa administrar para evitar penalidades, como bloqueios judiciais. Outros contratos e negociações herdados ou firmados na gestão atual também contribuem para o cenário de aperto financeiro, que exige soluções urgentes para não comprometer o futuro do clube.

A diretoria aposta em iniciativas como a ampliação da exploração comercial do estádio Morumbi, com eventos e parcerias, para incrementar a receita e tentar reequilibrar as finanças. Apesar disso, o caminho para a recuperação parece longo, especialmente diante de um passivo que se aproxima da marca de R$ 1 bilhão. A gestão Casares, que já celebrou conquistas pontuais, agora enfrenta o desafio de provar que pode reverter a tendência negativa e devolver ao São Paulo a estabilidade financeira, enquanto torcedores acompanham com apreensão os próximos passos do tricolor paulista.