A capital mineira acordou em luto nesta quarta-feira, 26 de março de 2025, com a notícia da morte de Fuad Noman, prefeito de Belo Horizonte, aos 77 anos. Internado desde 3 de janeiro no Hospital Mater Dei, na região Centro-Sul da cidade, ele enfrentava complicações de um linfoma não-Hodgkin, diagnosticado em julho de 2024. Na noite de terça-feira, 25, Noman sofreu uma parada cardiorrespiratória, foi reanimado, mas evoluiu para um quadro de choque cardiogênico, com insuficiência renal aguda, respirando por aparelhos até o último suspiro às 11h27. Reeleito em outubro passado com 53,73% dos votos, ele tomou posse virtualmente em 1º de janeiro, mas sua saúde já fragilizada o impediu de assumir plenamente o cargo, que ficou nas mãos do vice, Álvaro Damião (União Brasil).
Economista de formação, Fuad Noman deixa um legado de mais de cinco décadas dedicadas ao serviço público. Nascido em Belo Horizonte, ele construiu uma carreira sólida, passando por cargos como funcionário do Banco Central, diretor do Banco do Brasil, presidente da BrasilPrev e consultor do Fundo Monetário Internacional em Cabo Verde. Em Minas Gerais, foi secretário de Fazenda e de Transportes e Obras Públicas, além de vice-prefeito e prefeito desde 2022, quando assumiu após a renúncia de Alexandre Kalil. Conhecido por sua postura ética e conciliadora, Noman conduziu a prefeitura com serenidade, mesmo em meio a desafios como o tratamento contra o câncer, que o afastou do comando da cidade por sucessivas licenças médicas desde o início do ano.
A trajetória de Fuad foi marcada por altos e baixos nos últimos meses. Entre novembro de 2024 e janeiro de 2025, ele enfrentou quatro internações devido a efeitos colaterais do tratamento oncológico, como dores nas pernas, pneumonia, sinusite, diarreia e desidratação. Apesar de ter alcançado a remissão do linfoma em outubro, as complicações persistiram, culminando na longa internação que terminou em sua morte. A Prefeitura de Belo Horizonte emitiu uma nota de pesar, destacando seu “trato gentil” e “amor pela cidade”, enquanto a população e autoridades lamentam a perda de um líder que, em suas palavras durante a campanha, queria “terminar as obras contra enchentes” e melhorar o transporte público. Ele deixa sua esposa Mônica Drummond, dois filhos e quatro netos.
O adeus a Fuad Noman também abre um novo capítulo político na capital. Com sua morte, Álvaro Damião assume oficialmente a prefeitura pelos próximos quatro anos, encerrando um período de interinidade que durou quase três meses. A cidade, que acompanhou a luta de Noman contra a doença, agora se volta para o futuro sob nova liderança, enquanto reflete sobre o impacto de um gestor que, mesmo em seus últimos dias, simbolizou dedicação e resistência. Informações sobre o velório e homenagens ainda serão divulgadas, mas o vazio deixado por esse belo-horizontino de coração já é sentido nas ruas que ele tanto amou e serviu.
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