Política

Fernando Collor é preso por corrupção após decisão do STF

Suprema Corte rejeita recursos e ordena execução da pena; Ex-mandatário entra para a lista de condenados da Lava Jato.

Na madrugada desta sexta-feira, 25 de abril de 2025, o ex-presidente Fernando Collor de Mello foi preso em Maceió, Alagoas, para cumprir pena de oito anos e dez meses de prisão em regime fechado. A ordem de prisão foi expedida pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), após a rejeição de recursos apresentados pela defesa do ex-mandatário.

Condenação no âmbito da Operação Lava Jato

Collor foi condenado em maio de 2023 pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Segundo as investigações, entre 2010 e 2014, quando exercia o cargo de senador por Alagoas, ele teria recebido aproximadamente R$ 20 milhões em propinas da empresa UTC Engenharia. Em troca, utilizou sua influência política para facilitar contratos entre a BR Distribuidora, então subsidiária da Petrobras, e a construtora.

A denúncia teve origem na delação premiada de Ricardo Pessoa, ex-presidente da UTC, e integra os desdobramentos da Operação Lava Jato, que revelou um amplo esquema de corrupção envolvendo políticos e empresários no Brasil.

Recursos rejeitados e determinação de prisão

Após a condenação, a defesa de Collor apresentou embargos de declaração e, posteriormente, embargos infringentes, ambos rejeitados pelo STF. O ministro Alexandre de Moraes considerou os recursos como meramente protelatórios e determinou o cumprimento imediato da pena.

A prisão ocorreu por volta das 4h da manhã, enquanto Collor se deslocava para Brasília com o intuito de se apresentar às autoridades. Ele foi detido no aeroporto de Maceió e encaminhado à Superintendência da Polícia Federal na capital alagoana.

Trajetória política de Collor

Fernando Collor de Mello foi o primeiro presidente eleito por voto direto após o regime militar, assumindo o cargo em 1990. Em 1992, renunciou à presidência em meio a um processo de impeachment por denúncias de corrupção. Posteriormente, foi eleito senador por Alagoas, cargo que ocupou até 2023.

A prisão de Collor marca um capítulo significativo na história política brasileira, evidenciando o alcance das investigações da Operação Lava Jato e a responsabilização de figuras públicas por atos de corrupção.