Grande São Paulo

Explorando a história e a biodiversidade: o curso sobre o Ribeirão Tatuapé e o Parque do Piqueri

O Parque do Piqueri, localizado na confluência do Ribeirão Tatuapé e do Rio Tietê, tem raízes históricas profundas que remontam à presença indígena na região. O nome “Piqueri” é uma homenagem à tribo que habitava essa área, e, em tupi antigo, significa “rios dos peixes miúdos”. Originalmente parte da Chácara do Piqueri, criada em 1927 pelo Conde Francisco Matarazzo, o local abrigava uma casa sede, um pomar, uma granja e até uma fábrica de queijos, além de áreas destinadas à criação de animais exóticos como búfalos, lhamas e veados, bem como uma seção das Indústrias Matarazzo. Hoje, o parque é um espaço público que preserva a biodiversidade local e oferece um curso teórico-prático para explorar sua história e ecologia.

A Secretaria Municipal do Verde e do Meio Ambiente de São Paulo promoveu o curso “Águas do Ribeirão Tatuapé e o Parque do Piqueri”, realizado entre 20 de junho e 4 de julho de 2024, com o objetivo de conectar os participantes à história ambiental da região. A iniciativa abordou a evolução do bairro, a importância dos cursos d’água e a rica biodiversidade do parque, culminando em uma visita monitorada para vivenciar de perto a conexão entre o Ribeirão Tatuapé, o Rio Tietê e o próprio parque. O programa foi estruturado para destacar a relevância de áreas verdes urbanas na conservação dos recursos hídricos e na mitigação de impactos climáticos.

O curso foi dividido em três etapas, cada uma com três horas de duração. A primeira aula focou nos aspectos históricos e ambientais do Ribeirão Tatuapé, explorando sua relação com o Rio Tietê e o Parque do Piqueri. A segunda etapa incluiu uma visita técnica monitorada, na qual os participantes utilizaram fichas técnicas para registrar observações sobre o lago e as trilhas do parque, conectando esses elementos aos cursos d’água locais. A terceira aula discutiu o papel dos parques urbanos na infraestrutura verde, promovendo estratégias para enfrentar mudanças climáticas, e encerrou com uma dinâmica de grupo para refletir sobre a experiência da visita monitorada.

Um dos objetivos centrais do curso foi enfatizar a importância da preservação e ampliação de áreas verdes em São Paulo, usando o Ribeirão Tatuapé e o Parque do Piqueri como exemplos práticos. A iniciativa destacou a necessidade de proteger nascentes, lagos e rios, que desempenham papéis cruciais na sustentabilidade urbana. A coordenadora do curso, Miriam Helena Bueno Falótico, bióloga, pedagoga e doutora em Ciências, trouxe uma perspectiva interdisciplinar, utilizando o diálogo como ferramenta pedagógica, inspirada na filosofia de Paulo Freire, para promover uma leitura crítica da realidade ambiental.

O programa foi aberto a um público amplo, incluindo servidores públicos, estudantes, educadores, conselheiros de meio ambiente, administradores de parques, lideranças locais e interessados em geral, com 100 vagas disponíveis. As aulas ocorreram às quintas-feiras, em três encontros: 20 de junho, 27 de junho e 4 de julho de 2024, das 14h às 17h. A primeira e a última sessão foram realizadas na UMAPAZ, localizada na Av. Quarto Centenário, 1268, Portão 7A, enquanto a visita prática aconteceu no próprio Parque do Piqueri, proporcionando uma experiência imersiva.

Além de oferecer conhecimento teórico e prático, o curso reforçou o papel do Parque do Piqueri como um espaço vital para a conservação da biodiversidade e a educação ambiental na cidade. A interação entre o Ribeirão Tatuapé e o Rio Tietê, bem como as áreas de inundação e o lago do parque, foi explorada como um exemplo de como áreas verdes podem mitigar os efeitos das mudanças climáticas. A iniciativa da Secretaria Municipal do Verde e do Meio Ambiente destaca a importância de envolver a comunidade na proteção do patrimônio natural, promovendo uma conexão mais profunda com os ecossistemas urbanos.