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Dólar sobe e Ibovespa recua em meio a tensões comerciais globais

O mercado financeiro brasileiro enfrentou um dia de instabilidade nesta segunda-feira, 7 de abril de 2025, refletindo o impacto das crescentes tensões comerciais internacionais. O dólar comercial registrou uma alta significativa de 1,29%, encerrando o pregão cotado a R$ 5,9106. Enquanto isso, o Ibovespa, principal índice da bolsa brasileira, caiu 1,31%, fechando aos 125.588 pontos. O cenário foi impulsionado por uma nova escalada nas ameaças de tarifas lideradas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que afetaram o apetite dos investidores por ativos de risco.

A origem da turbulência está na recente declaração de Trump, publicada em sua rede social: “Se a China não retirar seu aumento de 34% acima de seus abusos comerciais de longo prazo até amanhã, 8 de abril de 2025, os Estados Unidos imporão tarifas adicionais à China de 50%, com efeito em 9 de abril”. Especialistas alertam que essa medida pode elevar os custos nos EUA, reduzindo o consumo e aumentando o risco de uma desaceleração econômica ou até mesmo uma recessão na maior economia global. A possibilidade de retaliações recíprocas, que já abrangem mais de 180 países, alimenta o temor de uma guerra comercial generalizada, pressionando os mercados globais.

A resposta da China não tardou. O governo chinês anunciou controles sobre a exportação de terras raras para os EUA, materiais essenciais para a produção de tecnologias como chips de celulares e computadores. Essa decisão intensificou a incerteza no mercado, afastando investidores de ativos mais arriscados, como ações, e fortalecendo a busca por segurança no dólar. No Brasil, o reflexo foi imediato: a moeda americana ganhou força frente ao real, enquanto a bolsa local sofreu com a saída de capital estrangeiro, evidenciando a vulnerabilidade do país a choques externos.

Analistas apontam que o “tarifaço” de Trump, combinado com as represálias chinesas, pode ter efeitos prolongados. A escalada das tensões comerciais ameaça desestabilizar cadeias de suprimentos globais, impactando desde os preços de bens de consumo até a confiança dos investidores. No contexto brasileiro, o desempenho do Ibovespa reflete não apenas os acontecimentos internacionais, mas também a cautela diante de um ambiente econômico interno já pressionado por desafios fiscais e inflação. Assim, o mercado permanece em alerta, aguardando os próximos desdobramentos dessa disputa comercial que promete redefinir as dinâmicas econômicas mundiais.