
Os chanceleres dos países membros do BRICS — Brasil, Rússia, Índia, China, África do Sul, além dos novos integrantes como Irã e Etiópia — se reuniram nesta semana no Rio de Janeiro para discutir respostas coordenadas à guerra comercial impulsionada pelos Estados Unidos sob o governo de Donald Trump. O encontro, parte do calendário diplomático de 2025, ocorre em meio à escalada de tensões tarifárias que vêm afetando o comércio global.
O principal tema debatido foi a adoção de mecanismos que reduzam a dependência do dólar nas trocas comerciais entre os países do bloco. Entre as medidas consideradas está a ampliação do uso de moedas locais e o fortalecimento de bancos multilaterais como o Novo Banco de Desenvolvimento (NDB), conhecido como “Banco dos BRICS”. Também houve consenso sobre a necessidade de proteção conjunta frente a medidas protecionistas e sanções unilaterais impostas por potências ocidentais.
Durante os debates, o Brasil defendeu um papel de mediação diplomática e o respeito ao direito internacional nas disputas comerciais e geopolíticas. O chanceler Mauro Vieira enfatizou a importância de manter canais abertos com os Estados Unidos, mas alertou para os impactos negativos do novo protecionismo para países emergentes.
Com a ampliação do grupo e maior coesão política, os BRICS buscam ampliar sua influência em fóruns multilaterais como a ONU e a OMC. A reunião no Rio de Janeiro marca uma tentativa concreta de transformar o bloco em um polo alternativo de poder global, mais alinhado aos interesses do Sul Global.
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