Nesta terça-feira, 25 de março de 2025, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) surpreendeu ao chegar ao Supremo Tribunal Federal (STF) pouco antes do início de um julgamento crucial. A sessão, marcada para as 9h na Primeira Turma do STF, decidirá se a denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) sobre uma suposta tentativa de golpe de Estado em 2022 será aceita, podendo torná-lo réu. Acompanhado de advogados e deputados aliados, Bolsonaro chegou por volta das 8h40, gerando movimentação na Praça dos Três Poderes, em Brasília, onde apoiadores já se reuniam desde cedo com bandeiras do Brasil.
A presença de Bolsonaro no STF, embora não estivesse prevista, não é ilegal, já que o julgamento é público e ele, como denunciado, tem o direito de acompanhar o processo. A denúncia em questão, elaborada com base em um inquérito da Polícia Federal (PF), aponta o ex-presidente como um dos articuladores de um plano golpista após sua derrota nas eleições de 2022. A PGR acusa Bolsonaro e outros sete indivíduos, incluindo nomes como Mauro Cid e Walter Braga Netto, de integrarem o chamado “núcleo 1” da trama, que será analisado nesta etapa inicial. A decisão da Primeira Turma, composta por cinco ministros – Cristiano Zanin, Alexandre de Moraes, Luiz Fux, Flávio Dino e Cármen Lúcia –, pode abrir caminho para um processo criminal mais amplo.
A chegada inesperada do ex-presidente ao tribunal reacendeu debates sobre o impacto político do julgamento, especialmente em um contexto pré-eleitoral para 2026, onde Bolsonaro segue como figura influente. Enquanto seus apoiadores entoavam palavras de ordem do lado de fora, a segurança foi reforçada na região para evitar tumultos, lembrando episódios como os atos de 8 de janeiro de 2023. Internamente, a sessão começou com a leitura do relatório pelo ministro Alexandre de Moraes, relator do caso, marcando o início de um processo que pode redefinir o futuro jurídico e político de Bolsonaro. A expectativa é que o julgamento, com três sessões reservadas entre terça e quarta-feira, traga um desfecho ainda nesta semana sobre a aceitação ou rejeição da denúncia.
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