
O Papa Francisco, falecido nesta segunda-feira (21) aos 88 anos, encerra um capítulo singular na história da Igreja Católica. Primeiro papa latino-americano e também o primeiro jesuíta a assumir o comando do Vaticano, Francisco ficou conhecido por seu estilo simples, postura reformista e apelo por justiça social em tempos de profundas transformações no mundo.
Nascido Jorge Mario Bergoglio em Buenos Aires, na Argentina, em 17 de dezembro de 1936, ele ingressou na Companhia de Jesus (Ordem dos Jesuítas) ainda jovem, foi ordenado sacerdote em 1969 e tornou-se arcebispo de Buenos Aires em 1998. Sua trajetória sempre foi marcada pela proximidade com os mais pobres e por uma postura crítica diante do clericalismo e das desigualdades sociais.
Eleito Papa em 13 de março de 2013, após a renúncia de Bento XVI, Francisco adotou um tom pastoral e acessível desde o início. Recusou muitos dos luxos do cargo e procurou dialogar com diferentes públicos — dentro e fora da Igreja. Suas encíclicas trataram de temas como meio ambiente (Laudato Si’), economia e fraternidade. Também liderou reformas na Cúria Romana e tentou ampliar a participação das mulheres e dos leigos nas decisões eclesiásticas.
Mas a
ntes de se tornar Papa Francisco, Jorge Mario Bergoglio viveu uma trajetória marcada por simplicidade, estudos rigorosos e um profundo senso de vocação social. Nascido em 17 de dezembro de 1936, em Buenos Aires, Argentina, era filho de imigrantes italianos — Mario José Bergoglio, ferroviário, e Regina María Sívori, dona de casa. Cresceu em um lar católico de classe média, tendo contato desde cedo com a realidade do trabalho e das dificuldades econômicas.
Antes de ingressar na vida religiosa, estudou química e chegou a trabalhar em um laboratório por um breve período. Aos 21 anos, ingressou na Companhia de Jesus (ordem dos jesuítas), conhecida por sua atuação intelectual e envolvimento com causas sociais. Em 1969, foi ordenado sacerdote. Seu perfil austero e sua habilidade como educador logo o destacaram: foi mestre de noviços, professor de teologia e reitor de um seminário.
Durante os anos da ditadura militar na Argentina (1976–1983), sua atuação gerou debates. Embora tenha sido acusado por alguns de manter silêncio frente a violações de direitos humanos, também há relatos de que abrigou perseguidos políticos e intercedeu junto ao regime para salvar vidas. Essa dualidade marcou parte da sua biografia e continuou sendo discutida mesmo após sua eleição como papa.
Nomeado arcebispo de Buenos Aires em 1998 e posteriormente cardeal em 2001 pelo Papa João Paulo II, Bergoglio optou por um estilo pastoral discreto: morava em um pequeno apartamento, cozinhava sua própria comida e andava de transporte público. Seu foco era a periferia, tanto geográfica quanto existencial. Ao chegar ao conclave de 2013 como um nome pouco midiático, acabou surpreendendo ao ser eleito Papa — escolhendo o nome “Francisco” em referência a São Francisco de Assis, sinalizando já ali seu compromisso com os pobres, a paz e a simplicidade.
Apesar de enfrentar resistências internas, especialmente de alas conservadoras, Francisco deixa um legado de abertura e de compromisso com os marginalizados. Seu papado foi pautado pelo acolhimento, pela defesa da dignidade humana e pela tentativa constante de aproximar a Igreja da realidade contemporânea. Seu falecimento representa não apenas o fim de uma liderança, mas o encerramento de um ciclo que buscou aproximar fé, compaixão e justiça.
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