Divaldo Pereira Franco, um dos mais influentes líderes espíritas do Brasil, faleceu na madrugada de 12 de maio de 2025, aos 98 anos, em Salvador, Bahia. A notícia, confirmada pela Mansão do Caminho, instituição que ele fundou, marcou o fim de uma trajetória dedicada à doutrina espírita e à filantropia. Franco, conhecido por suas palestras e mais de 250 livros psicografados, estava internado no Hospital São Rafael devido a complicações de uma infecção urinária agravada por sua saúde fragilizada. “Hoje, nosso coração chora a partida do nosso mestre, mas celebra a vida de amor e luz que ele nos deixou”, declarou a Mansão do Caminho em nota oficial.
Nascido em 5 de maio de 1927, em Feira de Santana, Divaldo Franco começou sua jornada espírita aos 17 anos, quando se mudou para Salvador e ingressou no Centro Espírita Caminho da Redenção. Sua mediunidade, especialmente a psicografia, tornou-se um pilar de sua missão, atribuída à mentora espiritual Joanna de Ângelis. Ao longo de sete décadas, ele realizou milhares de palestras em 66 países, difundindo os princípios do espiritismo codificado por Allan Kardec. “O espiritismo não é apenas uma crença, mas uma ciência que nos ensina a viver com propósito e amor”, afirmou Franco em uma de suas últimas entrevistas, conforme publicado pelo Correio da Bahia.
A Mansão do Caminho, fundada por Franco em 1952, é um dos legados mais concretos de seu trabalho. A instituição, localizada no bairro de Pau da Lima, em Salvador, atende cerca de 3 mil pessoas, oferecendo creche, escola, cursos profissionalizantes e apoio social. “A verdadeira caridade é aquela que transforma vidas sem esperar recompensa”, dizia Franco, segundo relato da Folha de S.Paulo. A entidade, que também abriga a editora Leal, responsável pela publicação de seus livros, continuará seu trabalho sob a liderança de colaboradores próximos, conforme anunciado pela instituição.
Além de sua atuação no Brasil, Franco conquistou reconhecimento internacional. Ele foi condecorado com títulos como o de Embaixador da Paz, em 2005, e recebeu mais de 900 honrarias por seu trabalho humanitário. Sua passagem por países como os Estados Unidos, onde fundou o Divaldo Franco Spiritual Center, e por nações da Europa e América Latina, consolidou sua influência global. “Divaldo nos ensinou que a verdadeira religião é o amor em ação”, declarou Haroldo Dutra Dias, juiz e escritor espírita, em um tributo publicado no Jornal do Brasil.
A morte de Franco gerou uma onda de homenagens nas redes sociais e na imprensa. Líderes espíritas, políticos e admiradores destacaram sua humildade e dedicação. O governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues, expressou condolências: “Divaldo Franco foi um farol de esperança e solidariedade. Sua obra permanecerá viva naqueles que ele inspirou.” A Federação Espírita Brasileira (FEB) também se manifestou, afirmando que “sua partida é um convite para continuarmos sua missão de amor e fraternidade”. Eventos em sua memória, como vigílias e palestras, estão sendo organizados em Salvador e outras cidades.
O velório de Divaldo Franco ocorreu na sede da Mansão do Caminho, com a cerimônia de cremação realizada no Crematório do Jardim da Saudade, em Salvador, na tarde de 12 de maio. A instituição pediu que, em vez de flores, os admiradores façam doações para manter suas atividades sociais. A partida de Franco, embora marcada pela saudade, reforça a vitalidade de seu legado. Como ele próprio dizia: “A morte não é o fim, mas uma passagem para novos aprendizados.” Sua vida, dedicada à caridade e à divulgação do espiritismo, continua a inspirar milhões de pessoas no Brasil e no mundo.
Comente!