Ciências e Tecnologia

Brasileira envolvida em polêmica espacial esclarece alegações após desmentido da NASA

Laysa Peixoto, uma jovem de 22 anos de Contagem, Minas Gerais, que afirmou ser a primeira astronauta brasileira, pronunciou-se pela primeira vez na quinta-feira (12) após a NASA negar qualquer vínculo com ela. A declaração veio em resposta às controvérsias geradas por suas publicações nas redes sociais, onde anunciou ter sido selecionada como astronauta de carreira para o voo inaugural da empresa Titans Space, previsto para 2029. Em seus stories no Instagram, Laysa afirmou: “Diante das informações que tem circulado ao meu respeito, tenho que mostrar para vocês qual foi o meu anúncio.” Ela destacou que a postagem original nunca foi editada e que não concedeu entrevistas, reforçando que sua ligação é com a Titans Space, não com a NASA.

A jovem havia afirmado em suas redes sociais que representaria o Brasil em uma nova era da exploração espacial, com viagens para estações espaciais privadas e futuras missões tripuladas à Lua e Marte. No entanto, a NASA esclareceu, em nota à CNN Brasil, que Laysa “não é funcionária da Nasa, líder de pesquisas ou candidata a astronauta”. A agência também negou qualquer relação com a missão da Titans Space, e a Administração Federal de Aviação (FAA) informou que a empresa não possui licença para voos espaciais tripulados. Além disso, Laysa alegou ter liderado pesquisas na NASA aos 19 anos e possuir credenciais acadêmicas de instituições como a Sociedade Max Planck, o MIT e a Universidade Columbia, mas essas informações foram desmentidas pelas respectivas organizações.

A polêmica também envolveu a trajetória acadêmica de Laysa. Ela afirmou ter ingressado no curso de Física da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) em 2021, mas a instituição confirmou que ela foi desligada em 2023 por não renovar a matrícula. A Universidade Columbia, onde Laysa dizia cursar um mestrado em Aplicações de Computadores, informou não ter registros dela. Em sua defesa, a assessoria de Laysa afirmou que ela se transferiu para o Manhattan College, em Nova York, e participou do programa NASA L’Space, um workshop educacional para estudantes, onde desenvolveu o projeto AquaMoon, aceito pela NASA. A assessoria negou que Laysa tenha reivindicado ser astronauta da NASA, destacando: “Em um post em 2023 no Instagram, Laysa postou uma foto mostrando o nome do programa e nunca afirmou que trabalhava para a Nasa, mas que liderava equipes no programa L’SPACE.”

Apesar das controvérsias, Laysa possui conquistas reconhecidas, como a descoberta de um asteroide em 2021, nomeado LPS0003, durante uma campanha da NASA com a International Astronomical Search Collaboration. Ela também recebeu a Medalha de Mérito do MCTI e do Patrick Miller da NASA/IASC pela detecção do asteroide 2021 PS59, além de uma medalha de prata na Olimpíada Brasileira de Astronomia. A Titans Space confirmou sua seleção para a missão de 2029, mas não esclareceu se ela atuará como astronauta ou passageira, e seu nome não consta na equipe técnica divulgada pela empresa. A jovem, que já participou de um curso no U.S. Space & Rocket Center em 2022, insiste que sua intenção nunca foi enganar, mas sim inspirar outros jovens a perseguirem seus sonhos na ciência.

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