Neste sábado (14), milhares de pessoas ocuparam ruas, parques e praças em diversas cidades dos Estados Unidos em protestos contra o presidente Donald Trump, coincidindo com um desfile militar em Washington para celebrar o 250º aniversário do Exército americano e o aniversário do presidente. Organizadas pelo movimento 50501, batizado de “Sem Reis” para simbolizar a defesa da democracia contra ações consideradas autoritárias, as manifestações ocorreram em cerca de 2 mil localidades, de pequenas cidades a grandes centros urbanos, mas não na capital, onde o evento militar estava programado para a noite.
As mobilizações foram impulsionadas por recentes operações de fiscalização de imigração do governo federal e pela decisão de Trump de enviar a Guarda Nacional e fuzileiros navais a Los Angeles, onde protestos anteriores resultaram em bloqueios de rodovias e carros incendiados. Em Atlanta, a manifestação “No Kings” atingiu rapidamente sua capacidade de 5 mil pessoas, com milhares de outros manifestantes do lado de fora das barreiras, ouvindo discursos em frente ao Capitólio estadual. Na Filadélfia, sob chuva leve, manifestantes gritaram “Nossas ruas!” enquanto marchavam pela Ben Franklin Parkway até o Museu de Arte da cidade. Em Los Angeles, uma roda de tambores marcou o ato em frente à Prefeitura, enquanto em Little Rock, Arkansas, manifestantes cruzaram uma ponte sobre o rio Arkansas.
Autoridades estaduais e municipais prometeram proteger o direito de manifestação, mas alertaram contra a violência. Governadores republicanos de estados como Virgínia, Texas, Nebraska e Missouri mobilizaram a Guarda Nacional para apoiar as forças policiais. O governador da Virgínia, Glenn Youngkin, declarou: “Haverá ‘tolerância zero’ para violência, destruição ou interrupção do tráfego, e ‘se você violar a lei, será preso’.” No Missouri, o governador Mike Kehoe reforçou: “Adotaremos uma abordagem proativa e não ‘esperaremos que o caos se instale’.” Na Flórida, o governador Ron DeSantis advertiu que a “linha é muito clara” entre protestos pacíficos e violência, especialmente para a marcha planejada até os portões do resort de Trump em Mar-a-Lago.
A tensão foi agravada por incidentes recentes, como em Minnesota, onde o governador Tim Walz usou redes sociais para alertar contra protestos após um ataque a dois legisladores democratas e suas esposas, recomendando cautela até a prisão do suspeito. “Por excesso de cautela, meu Departamento de Segurança Pública está recomendando que as pessoas não participem de nenhum comício político hoje em Minnesota até que o suspeito seja preso,” escreveu Walz. Em Tallahassee, cerca de mil pessoas se reuniram no antigo Capitólio da Flórida, entoando “É assim que a comunidade se parece” e exibindo cartazes com mensagens como “uma nação sob angústia” e “a dissidência é patriótica”. Até o momento, os protestos foram majoritariamente pacíficos, mas a presença de forças de segurança foi intensificada em várias cidades para o fim de semana.
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