A música popular brasileira perdeu uma de suas figuras mais emblemáticas na sexta-feira, 25 de abril de 2025. Mauro Motta, renomado compositor e produtor musical, faleceu aos 77 anos no Rio de Janeiro, deixando um legado que ecoa em sucessos de artistas como Raul Seixas e Roberto Carlos. A causa de sua morte não foi divulgada, mas a notícia foi confirmada por meio de um comunicado oficial da família, gerando uma onda de homenagens de fãs e artistas nas redes sociais.
Nascido em 19 de fevereiro de 1948, no Rio de Janeiro, Mauro Motta cresceu nos bairros da Penha e Olaria, onde sua paixão pela música foi despertada pela mãe, Dirce, que tocava piano. Ele começou a estudar o instrumento aos cinco anos, um aprendizado que moldou sua trajetória. Motta tornou-se um nome influente na MPB, com mais de 40 milhões de discos vendidos sob sua produção, trabalhando com grandes nomes como Raul Seixas, Roberto Carlos, Elba Ramalho, Zé Ramalho e Jerry Adriani, entre outros. Sua versatilidade como compositor e produtor o levou a conquistar dois prêmios Grammy, em 2005 e 2006, um testemunho de sua genialidade.
A parceria com Raul Seixas foi um dos capítulos mais marcantes de sua carreira. Juntos, compuseram dezenas de canções, incluindo sucessos como “Doce, Doce Amor”, gravada por Jerry Adriani em 1973, e “Se Ainda Existe Amor”, interpretada por Balthasar em 1975. Eles também colaboraram na direção artística do icônico álbum Sociedade da Grã-Ordem Kavernista Apresenta Sessão das 10 (1971), ao lado de Sérgio Sampaio, Miriam Batucada e Edy Star. A amizade entre Motta e Seixas começou em 1967, durante um show em Duque de Caxias, e se estendeu até o falecimento de Raul, em 1989, deixando uma marca indelével na contracultura brasileira.
Com Roberto Carlos, Motta também escreveu páginas memoráveis da música brasileira. Entre os sucessos que levam sua assinatura estão “Eu e Ela”, “De Coração Pra Coração” e “Tanta Solidão”, todos gravados pelo Rei. Essas canções, frutos de parcerias com nomes como Robson Jorge, Lincoln Olivetti e os irmãos Valle, mostram a habilidade de Motta em criar melodias que tocam o coração do público. Sua colaboração com Roberto Carlos se estendeu por mais de 30 anos, consolidando-o como um dos pilares da MPB.
Além de sua parceria com grandes artistas, Mauro Motta também deixou sua marca como produtor em projetos infantis, como a série de discos A Turma do Balão Mágico, que marcou a infância de muitos brasileiros nos anos 1980. Ele produziu faixas como “Roda, Roda Pião” e “Boa Vida”, esta última tema do gato Garfield, mostrando sua capacidade de transitar por diferentes estilos musicais. Sua contribuição para a música infantil foi mais um exemplo de sua versatilidade e impacto cultural.
O falecimento de Mauro Motta gerou comoção entre fãs e colegas. Em uma postagem nas redes sociais, o neto do compositor, Caio Lemos, lamentou a perda: “É triste, mas eu acho muito foda pensar a importância dele na música como produtor e compositor, amigo pessoal e parceiro do Raul Seixas, produtor do Roberto Carlos por mais de 30 anos com 2 Grammys na carreira.” A partida de Motta deixa um vazio na música brasileira, mas seu legado, entrelaçado com os acordes de sucessos atemporais, continuará a ressoar por gerações.
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