Na manhã de quinta-feira, 24 de abril de 2025, o Brasil perdeu uma de suas figuras mais emblemáticas da música e da cultura pop: Edy Star, músico e multiartista que deixou uma marca indelével no glam rock nacional, faleceu aos 87 anos. A notícia foi compartilhada por Ricardo Santhiago, biógrafo e amigo próximo do artista, por meio do perfil oficial do cantor. Edy estava internado no Hospital Heliópolis, na zona sul de São Paulo, após sofrer um acidente doméstico que o deixou em estado grave.
Nascido Edivaldo Souza em Juazeiro, Bahia, Edy Star começou sua trajetória artística ainda na adolescência, quando se apresentou na Rádio Sociedade da Bahia. Sua carreira, que se estendeu por décadas, foi marcada por uma versatilidade impressionante, transitando entre o teatro de revista, o cabaré e a música popular durante os anos 1960 e 1970. Ele também foi o único integrante ainda vivo do icônico álbum Sociedade da Grã-Ordem Kavernista Apresenta Sessão das 10, gravado em parceria com Raul Seixas, Sérgio Sampaio e Miriam Batucada, um marco da contracultura brasileira.
Em 1974, Edy lançou seu disco solo Sweet Edy, que se tornou um verdadeiro marco do glam rock no Brasil. Com uma estética ousada e um som que desafiava as convenções da época, o álbum consolidou sua posição como um pioneiro do gênero no país. Além disso, Edy Star entrou para a história como o primeiro artista brasileiro a assumir publicamente sua homossexualidade, enfrentando preconceitos e abrindo portas para discussões sobre diversidade em um período de repressão cultural e política.
Após um longo período vivendo na Espanha, onde residiu por quase duas décadas, Edy retornou ao Brasil nos anos 2000 e retomou sua carreira musical com o lançamento do álbum Cabaré Star, em 2017. Sua volta foi celebrada por fãs e pela crítica, que reconheciam nele não apenas um ícone do passado, mas também uma voz ainda relevante para novas gerações. Sua obra, que mistura irreverência, teatralidade e uma sensibilidade única, continuou a inspirar artistas e amantes da música.
O falecimento de Edy Star foi consequência de complicações de saúde agravadas pelo acidente doméstico sofrido na semana anterior. Segundo Ricardo Santhiago, o artista chegou ao hospital em estado gravíssimo e precisou ser submetido à diálise. “Ele chegou ao hospital em estado gravíssimo, foi submetido à diálise, mas enfrentava complicações mais severas”, declarou o biógrafo em nota oficial. A perda de Edy Star gerou uma onda de homenagens nas redes sociais, com fãs e artistas lamentando a partida de um verdadeiro ícone queer e cultural.
A trajetória de Edy Star é um testemunho da coragem e da criatividade que marcaram sua vida e obra. De Juazeiro a São Paulo, passando por palcos internacionais, ele construiu um legado que transcende gerações, misturando música, arte e ativismo em uma carreira que desafiou normas e celebrou a diversidade. Sua influência no glam rock e na cultura brasileira permanece viva, como um eco de sua voz vibrante que, mesmo com sua partida, continuará a ressoar entre aqueles que acreditam na arte como forma de resistência e expressão.
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