Geral

Corrida pelo papado: quem pode suceder Francisco no comando da Igreja

Escolha pode consolidar ou redirecionar o legado do último pontificado; Conservadores e progressistas observam o cenário com atenção.

Com a morte do Papa Francisco nesta segunda-feira (21), aos 88 anos, a Igreja Católica inicia um dos processos mais significativos de sua estrutura: a convocação de um conclave para a eleição de um novo papa. Com mais de 100 cardeais com menos de 80 anos — e, portanto, com direito a voto — o colégio cardinalício se reunirá nas próximas semanas na Capela Sistina, no Vaticano, para decidir quem será o novo líder espiritual dos mais de 1,3 bilhão de católicos no mundo.

Desde o papado de João Paulo II, o perfil dos cardeais eleitores tem se tornado cada vez mais global, com forte presença de nomes da Ásia, África e América Latina. Papa Francisco, inclusive, nomeou mais da metade dos atuais eleitores, muitos com posições alinhadas a um viés pastoral, voltado à inclusão, diálogo inter-religioso e justiça social.

Entre os nomes mais mencionados pela imprensa especializada estão o cardeal Matteo Zuppi, da Itália, conhecido por seu trabalho com mediação de conflitos e diálogo com outras religiões; o cardeal Luis Antonio Tagle, das Filipinas, ex-arcebispo de Manila e atual prefeito do Dicastério para a Evangelização — visto como um possível “Francisco II” por sua proximidade ideológica com o papa falecido; e o cardeal Peter Turkson, de Gana, que já liderou dicastérios importantes e é considerado uma opção para tornar o papado ainda mais representativo do sul global.

Outros nomes incluem o cardeal Jean-Marc Aveline, da França, de perfil intelectual e pastoral; o cardeal Christoph Schönborn, da Áustria, respeitado teólogo; e o cardeal Leonardo Ulrich Steiner, brasileiro, arcebispo de Manaus, cuja atuação na Amazônia foi elogiada por Francisco. Ainda que a escolha do novo pontífice envolva articulações discretas e imprevisíveis, especialistas indicam que o futuro papa deverá manter parte dos pilares defendidos por Francisco: escuta, sinodalidade, e atenção às periferias do mundo e da fé.