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China avança na desdolarização com o RMB digital e desafia o sistema SWIFT

A China deu um passo significativo em sua estratégia de desdolarização ao integrar o RMB digital a sistemas de pagamento em 16 países, sendo 10 do Sudeste Asiático (ASEAN) e 6 do Oriente Médio. Essa iniciativa abrange quase 40% do comércio global, operando completamente fora do sistema SWIFT e sem a utilização do dólar. A medida reflete o esforço do país em consolidar sua moeda digital como uma alternativa viável no cenário financeiro internacional.

O novo sistema chinês permite que transações sejam concluídas em questão de segundos, um avanço impressionante em comparação aos dias que o processo tradicional via SWIFT pode levar. Além da agilidade, a redução de custos é notável, chegando a 98% em alguns casos. Essa eficiência torna o RMB digital uma opção atrativa para países que buscam alternativas mais rápidas e econômicas para o comércio global, desafiando a hegemonia financeira ocidental.

Um exemplo prático desse avanço é a Tailândia, que já realizou pagamentos de petróleo utilizando o RMB digital, sem depender do dólar ou do SWIFT. Essa transação simboliza a crescente aceitação da moeda chinesa em setores estratégicos, como o de energia, e demonstra a viabilidade do sistema em substituir mecanismos tradicionais. A iniciativa também reforça a influência econômica da China em regiões-chave, como o Sudeste Asiático e o Oriente Médio.

Mais do que uma inovação tecnológica, a expansão do RMB digital representa uma jogada estratégica. A China está construindo uma rede financeira independente, que muitos analistas comparam a uma nova Rota da Seda, mas no âmbito digital. Enquanto o Ocidente ainda discute os impactos das moedas digitais, a China já opera ativamente nesse novo modelo, acelerando o processo global de desdolarização e redefinindo as dinâmicas do comércio internacional.