Estado de São Paulo

Paralisação de ônibus em Campinas: protesto por salários atrasados impacta a cidade

Uma paralisação dos motoristas da empresa VB Transportes, que opera linhas de ônibus em Campinas, afetou o transporte coletivo da cidade nesta quarta-feira, 16 de abril de 2025. O protesto, iniciado nas primeiras horas do dia, foi motivado por atrasos no pagamento de salários, uma questão que se arrasta desde outubro de 2024. A mobilização deixou diversos terminais, como Ouro Verde e Campo Grande, sem operação, causando transtornos para os usuários que dependem do transporte público.

 

Os trabalhadores da VB Transportes, responsável pelas áreas 1 (azul claro) e 3 (vermelha), decidiram cruzar os braços após sucessivas tentativas frustradas de diálogo com a empresa. Segundo o vice-presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários de Campinas e Região, Izael Soares de Almeida, os salários de março, que deveriam ter sido pagos até o quinto dia útil de abril, ainda não foram depositados. “É uma situação recorrente com a VB. Desde outubro do ano passado, os atrasos se tornaram rotina, e os trabalhadores estão de saco cheio”, afirmou Almeida.

 

A Empresa Municipal de Desenvolvimento de Campinas (Emdec) informou que o Plano de Apoio entre Empresas em Situação de Emergência (PAESE) foi acionado para minimizar os impactos da paralisação. Ônibus de outras empresas, como Itajaí e Onicamp, foram remanejados para atender parcialmente as linhas afetadas, e os corredores de ônibus foram liberados para o tráfego de veículos particulares. Ainda assim, passageiros enfrentaram longas filas e dificuldades para se deslocar, especialmente nas regiões periféricas atendidas pela VB.

 

A situação expõe a fragilidade do sistema de transporte público em Campinas, que há anos enfrenta problemas estruturais e disputas trabalhistas. A Emdec destacou que está monitorando a situação e cobrando uma solução da VB Transportes, enquanto o sindicato promete manter a paralisação até que os salários sejam pagos. Para os usuários, resta a esperança de que o impasse seja resolvido rapidamente, evitando mais transtornos em uma cidade que depende tanto do transporte coletivo.