Julia Baird, meia-irmã de John Lennon, expressou sua insatisfação com as escolhas de elenco para as quatro cinebiografias dos Beatles, dirigidas por Sam Mendes, previstas para estrear em abril de 2028. Em entrevista ao jornal britânico The Telegraph, ela criticou a decisão de escalar atores que não são de Liverpool, cidade natal da banda, destacando a importância do sotaque local para a autenticidade das atuações. A notícia, publicada em 4 de abril de 2025, gerou debates entre fãs sobre a representação dos ícones musicais no cinema.
Aos 78 anos, Baird enfatizou que o sotaque de Liverpool, conhecido como “scouser”, é único e essencial para capturar a essência de Lennon. “Claro. Ninguém mais consegue reproduzir a entonação de Liverpool. Ninguém”, afirmou ela. O elenco anunciado inclui Harris Dickinson, londrino, como Lennon, Paul Mescal como Paul McCartney, Barry Keoghan como Ringo Starr e Joseph Quinn como George Harrison. Nenhum dos atores é de Liverpool, o que, segundo Baird, compromete a fidelidade cultural do projeto. Ela também revelou não ter sido consultada por Mendes, comentando: “Sou a última pessoa com quem ele gostaria de conversar – porque, se o fizesse, não poderia inventar as coisas”.
Além das críticas ao elenco, Baird compartilhou reflexões emocionais sobre seu irmão, assassinado em 1980. “Ser irmã de John é um privilégio que eu não conseguiria começar a descrever para você. Mas, se tivesse a escolha, queria que ele nunca tivesse visto uma guitarra. Então ele poderia ter sido professor de arte e ainda estaria aqui”, lamentou. A declaração reflete sua ambivalência entre o orgulho pelo legado de Lennon e a dor pela perda causada pela fama. As cinebiografias, que contarão a história de cada Beatle em filmes interconectados, são vistas como um marco, mas a opinião de Baird reacendeu discussões sobre autenticidade em adaptações biográficas.
Por outro lado, nem todos da família Lennon compartilham suas reservas. Sean Ono Lennon, filho de John, declarou à Vanity Fair que confia nas escolhas de Mendes: “Estamos todos em contato com Sean. Eu disse a ele que não estou interessado em questionar suas escolhas de elenco como diretor. Alguém esperaria que Christian Bale fosse um bom Dick Cheney [em Vice]? Acho que essa é uma escolha do cineasta”. Enquanto o projeto segue em desenvolvimento, com a promessa de uma “maratona cinematográfica” única, as palavras de Baird destacam a complexidade de retratar figuras tão icônicas quanto os Beatles, especialmente para aqueles que conviveram com eles.
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