A Embraer, por meio de sua subsidiária Eve Air Mobility, está aproximando o futuro do transporte com seu inovador eVTOL, veículo popularmente chamado de “carro voador”. Durante o Fórum de Investimentos Brasil do Bradesco BBI, em 8 de abril de 2025, a empresa exibiu um modelo em tamanho real da cabine, destacando seu potencial para transformar a mobilidade urbana. Uma das projeções mais impressionantes é a redução drástica do tempo de viagem entre a movimentada Avenida Faria Lima, em São Paulo, e o Aeroporto Internacional de Guarulhos, encurtando um percurso que frequentemente ultrapassa duas horas por estrada para apenas 13 minutos.
O eVTOL, uma aeronave elétrica de decolagem e pouso vertical, combina o voo semelhante ao de um avião com a versatilidade de um helicóptero. Luís Carlos Affonso, Vice-Presidente Sênior de Engenharia e Desenvolvimento Tecnológico da Eve, detalhou suas capacidades: “Ele terá uma autonomia de 100 quilômetros, suficiente para ambientes urbanos. Além disso, decolará e pousará automaticamente, reduzindo os custos de treinamento de pilotos.” Essa automação, aliada à propulsão elétrica ecologicamente correta, posiciona o eVTOL como uma alternativa mais silenciosa e sem emissões em comparação aos helicópteros, embora seu desenvolvimento exija engenharia complexa para componentes como motores e baterias que atendam aos padrões de segurança da aviação.
A Eve já conquistou um interesse significativo no mercado, com pedidos de 2.800 unidades avaliados em até 14 bilhões de dólares. No Rio de Janeiro, estimativas apontam a necessidade de 245 eVTOLs operando a partir de 37 vertiportos, transportando potencialmente 4,5 milhões de passageiros por ano e gerando 220 milhões de dólares em receita. O projeto, iniciado sob a liderança da Embraer antes da separação da Eve em 2020, avança com uma nova fábrica em Taubaté, São Paulo, e parcerias com empresas globais como United Airlines e BAE Systems. Listada na Bolsa de Valores de Nova York desde 2022, a Eve planeja iniciar operações comerciais até 2026, aguardando a aprovação regulatória da Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC).
Ainda há desafios, incluindo os altos custos de produção — entre 2 e 4 milhões de dólares por unidade — e a necessidade de aceitação pública para deslocamentos aéreos. Affonso reconheceu a complexidade, destacando que cerca de 700 engenheiros estão dedicados a esse que é o projeto mais exigente da Embraer até hoje. Além de São Paulo, cidades como Miami, Londres e Bangalore estão no radar da Eve, indicando uma ambição global. Se bem-sucedido, esse “carro voador” pode aliviar o congestionamento urbano e redefinir como navegamos pelas cidades, oferecendo uma opção de transporte premium e sustentável para o futuro.
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