Grande São Paulo

Moradores pedem gradeamento da Praça da República por questão de segurança

A Praça da República, localizada no coração de São Paulo, pode passar por uma transformação significativa caso um pedido de moradores seja atendido. Representados pelo Conselho de Segurança do Centro (Conseg), eles planejam se reunir com o Departamento do Patrimônio Histórico da Secretaria Municipal de Cultura na segunda-feira, 4 de novembro de 2024, para propor que o espaço seja convertido em um parque cercado por grades. A iniciativa visa combater a crescente onda de furtos e roubos na região, que, segundo dados da Polícia Militar de agosto deste ano, é a segunda área com maior incidência de roubos de celulares na cidade.

A proposta, no entanto, enfrenta resistência. A Secretaria do Verde e do Meio Ambiente já emitiu um parecer contrário, argumentando que o gradeamento poderia descaracterizar a praça, tombada como patrimônio histórico desde 1985. Durante a pandemia, o local ganhou notoriedade por abrigar usuários de crack e traficantes, sendo comparado a uma “nova Cracolândia”. À época, a Prefeitura, em parceria com o governo estadual, transformou a Praça Princesa Isabel em parque para controlar o acesso, o que deslocou o problema para outras áreas, como a Praça Júlio Prestes. O Conseg acredita que uma medida semelhante na Praça da República poderia trazer alívio aos moradores e comerciantes, mas o Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental (Conpresp) ainda analisará o caso antes de uma decisão final.

A Secretaria da Segurança Pública (SSP) destaca esforços para reduzir a criminalidade no entorno, afirmando que, entre janeiro e setembro de 2024, os roubos caíram 53,7% e os furtos em geral diminuíram 41,1% na área do 3º Distrito Policial (Campos Elíseos), em comparação com o mesmo período de 2023. “A SSP tem aprimorado as ações de enfrentamento à criminalidade na região da Praça da República, com mapeamento nas áreas de maior incidência de crime e contato permanente com comerciantes, moradores e outros órgãos”, informou a pasta em nota. Apesar disso, a percepção de insegurança persiste entre os moradores, que veem no gradeamento uma possível solução, enquanto o debate sobre os impactos históricos e sociais da mudança segue em aberto.