A Praça Ramos de Azevedo, no coração de São Paulo, nasceu junto com o Theatro Municipal, inaugurado em 1911, mas só ganhou seu nome em 1928, homenageando o arquiteto Francisco de Paula Ramos de Azevedo, que faleceu naquele ano e foi o gênio por trás do teatro e de outros ícones da cidade. Originalmente parte do Morro do Chá, a área foi aplanada para dar lugar ao projeto urbanístico que transformou o centro em um polo cultural. A praça reflete a história de uma São Paulo que trocou o bucolismo por concreto e arte, servindo como um respiro verde em meio ao crescimento desenfreado da metrópole nos séculos XIX e XX.
Localizada na região central, entre a Rua Conselheiro Crispiniano e o Vale do Anhangabaú, a Praça Ramos é vizinha do imponente Theatro Municipal e do Viaduto do Chá, dois marcos da capital paulista. Ela é um ponto de encontro histórico, palco de protestos – como a passeata de 1980 em memória aos desaparecidos políticos – e um espaço de contemplação para quem circula pelo agitado centro. Hoje, funciona como um oásis urbano, com seus coqueiros centenários e chafarizes, oferecendo sombra e um momento de pausa para pedestres, turistas e trabalhadores da região, apesar dos desafios de conservação e segurança que a acompanham.
O monumento a Carlos Gomes, compositor de “O Guarani”, reina no centro da praça com estátuas que contam histórias do Brasil colonial – embora muitos passem sem notá-las. Os coqueiros, plantados na inauguração do teatro, são sobreviventes de mais de um século, resistindo à poluição e ao tempo. A praça já foi mais glamourosa, mas hoje carrega uma pátina de decadência charmosa, com jardins que pedem cuidados e uma aura nostálgica. É também um ponto de memória viva: em 2021, o Memorial da Resistência destacou seu papel em atos de luta, provando que, entre suas árvores e bancos, pulsa a alma inquieta de São Paulo.
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